Dicas e Saúde 01 de Outubro de 2021
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Informe OCP: "Comunicar a família sobre a vontade de ser doador de órgãos é essencial", diz médico responsável pelo serviço de transplantes do HSJ

Informe OCP

Por: Isabel Debatin


O mês de setembro é de suma importância quando se trata de doação de órgãos, pois é o mês em que o país se mobiliza para potencializar a divulgação deste ato de amor ao próximo. A importância do Setembro Verde está no fato de ser um momento de lembrança para quem quer ser doador comunicar sua família sobre esse desejo e explicar porque deseja e que seja cumprida sua vontade.

De acordo com o médico que é responsável pelo setor de doação de órgãos do Hospital São José, Dr. Gustavo Polesso Noal, mais de 70% dos brasileiros simpatizam com a doação de órgãos, mas menos da metade já conversou com seus familiares sobre serem doadores e deixarem claro que gostariam de ter seus órgãos doados.

"No momento da constatação da morte encefálica, quando o paciente está legalmente morto, e a família fica tomada pela dor da perda, é preciso que a família tenha essa lembrança vívida do desejo de doação, concorde e autorize a doação", enfatiza o médico.

O transplante de órgãos é um procedimento médico altamente regulado por normas, leis e auditorias, em que o mais importante é o ato de doar, a vontade de alguém que já não consegue expressar seu desejo e que necessita do consentimento da família.

Como é feita a doação de órgãos

Tanto a captação quanto o transplante são regidos por leis específicas e regulados por um órgão do Estado chamado Sistema Nacional de Transplantes, vinculado ao Ministério da Saúde. Em Santa Catarina é organizado pela agência SC Transplantes, que é responsável por centralizar e organizar as ações de listagem, captação e transplante dos órgãos.

O diagnóstico de morte encefálica não é exclusivo para a doação. O médico explica que quando um paciente está internado na UTI por uma enfermidade grave e a equipe cuidadora percebe sinais clínicos de que o cérebro não está mais funcionante, é realizado o protocolo de morte encefálica, em que realizam testes clínicos e exames para confirmar se o cérebro está vivo, com fluxo sanguíneo, ou apenas os outros órgãos estão recebendo sangue.

Por lei, se o paciente não possui circulação de sangue no cérebro ele é declarado morto. "É nesse momento, e apenas nesse momento em que o paciente está legalmente morto, que a família é questionada sobre a possibilidade e aceitação de doação dos órgãos. Se a família consentir, são realizados testes de compatibilidade para selecionar entre os pacientes da lista os que estão mais aptos a receber esses órgãos", destaca o especialista.

Com o resultado de que há pacientes para receber esses órgãos, é realizada a cirurgia de captação com todos os cuidados de uma cirurgia convencional, cuidados com contaminação por bactérias, equipe de anestesia e cuidados de enfermagem. Os órgãos retirados recebem um fluido especial e são embalados individualmente com gelo para aumentar o tempo de preservação e destinados ao receptor conforme a compatibilidade e gravidade da doença.

"Importante salientar que os médicos que fazem o diagnóstico de morte encefálica não são os mesmos que fazem a captação, toda essa ação é coordenada pelo SC Transplantes, sem contato direto entre as equipes", complementa Dr. Gustavo.

Quem pode doar?

De acordo com o médico, qualquer pessoas pode ser doadora de órgãos, basta deixar bem claro para sua família que este é o seu desejo. Para a utilização dos órgãos captados há alguns limitantes, como causa que levou o paciente ao óbito, condições de saúde do falecido, avaliação durante a captação e pacientes muito idosos, mas o mais importante é o desejo de doar declarado à família.

Ele ainda pontua que para ser um doador não é necessário deixar nada registrado em documentos, nenhuma declaração em cartório, nada de burocracia.

"Basta uma boa conversa com seus familiares, expor seu desejo e pedir para que quando vier a falecer esse desejo seja atendido. Se a família consentir e todos os critérios legais forem atendidos, os órgãos são captados e doados. Tudo depende do SIM da família."

A história do HSJ na captação e transplante de órgãos

O Hospital São José foi credenciado ao transplante de fígado e rins no ano de 2017, após algum tempo que leva para cumprir as exigências legais e adequações. O HSJ foi selecionado por ter uma estrutura física e técnica diferenciada e por ser um hospital com grande potencial para a captação e cirurgias de transplante.

"Nosso programa conta com uma equipe bastante experiente, com bagagem de mais de 1000 transplantes realizados em outras instituições, mas o Serviço de Transplantes do Hospital São José é um programa muito jovem e foi afetado diretamente pela pandemia. Ficamos um longo período sem podermos realizar cirurgias devido aos leitos de UTI estarem destinados aos pacientes infectados pelo COVID-19, sem afetar o atendimento ambulatorial para os pacientes listados e em acompanhamentos, com acompanhamento semanal e realização de exames regulares. Nossas portas estão abertas à qualquer paciente com história de doença hepática ou renal crônicas, bastando entrar em contato pelo telefone do hospital ou pelo e-mail para maiores informações", finaliza Dr. Gustavo.

Onde encontrar

O Hospital São José (HSJ) fica na Rua Doutor Waldemiro Mazurechen, 80, no Centro de Jaraguá do Sul. Contato: (47) 3274-5000. Acesse o site da instituição (hsaojose.com) para ficar por dentro das novidades. Acompanhe também nas redes sociais: Facebook (@hospitalsaojosedejaraguadosul) e Instagram (@hospital_saojose).

O texto contou com a participação do especialista Dr. Gustavo Polesso Noal (CRM-SC 20527) que atende no HSJ.

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