Artigos Científicos 13 de Fevereiro de 2018
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Hiperidrose

SUOR EXCESSIVO: ESSA DOENÇA PODE TER CURA

A vida única de quem sofre de Hiperidrose.

Antes da década de 90 a vida se resumia a isso: “Por quanto tempo continuarei suando? Um dia vou acordar sem pingar uma gota?”. 

A partir da década de 90: “Aquele tratamento que escuto falarem, fará o meu suor parar completamente? Mas dizem que pode aparecer um suor em outro lugar após a cirurgia, é verdade?”.

Hiperidrose palmar, axilar, crânio facial é uma desordem que afeta 0,6 até 4,8% da população. Sabe-se que apresenta baixa incidência entre pessoas da raça negra e que costuma aparecer numa mesma família, de formas diferentes.

Ainda hoje o mecanismo que origina a doença é desconhecido, o que se sabe é a existência de uma hiperatividade do sistema nervoso simpático e centro sudomotor responsáveis por organizar a produção e a diminuição do suor no corpo.

Quando o suor é incontrolável, a vítima convive com um sentimento de ansiedade e constrangimento que determina uma grande vontade de escapar do ambiente que se encontra ou da situação desencadeadora, favorecendo o aparecimento de uma doença chamada fobia social. O mais popular e o mais realizado tratamento para a hiperidrose primária e o rubor facial ganhou força na década de 90 com o aprimoramento da cirurgia por vídeo (cirurgia sobre o nervo simpático torácico), onde o risco caiu para menos de 1% e os benefícios para acima de 90%.  Estes resultados dependem da retirada ou apenas do bloqueio com clipes de titânio/polímero de um segmento da cadeia simpática responsável pelo suor em uma região predeterminada, como as mãos, as axilas, o rosto e os pés.

A cirurgia pode ser indicada a partir dos sete anos, quando existe consciência corporal e o poder para avaliar se o suor excessivo está prejudicando a sua vida diária ou causando problemas de escolaridade ou convívio social.

Muitos pacientes fazem depoimentos antes e após a cirurgia, que confirmam com enorme satisfação o sucesso do tratamento para esta doença tão estigmatizante, degradante da autoestima, limitante até da liberdade de apertar a mão de alguém, impondo tantos medos e receios. O mais importante quando se fala em suor excessivo é buscar a orientação especializada, passar a ter conhecimento e então entender como tratar da melhor maneira. Podemos usar medicamentos, loções e a toxina botulínica. Os ditos tratamentos não invasivos apresentam uma semelhança entre eles, o fato de serem temporários, ou seja, de tantos em tantos dias ou meses você terá que repetir a dose. Quando penso no tratamento invasivo o exemplo disto é a técnica chamada vídeo cirurgia sobre o simpático, que seria o bloqueio do gânglio 4 ou 3. Os resultados são maravilhosos quando olhamos para um grupo especifico com suor axilar ou palmar, associado a um índice de massa corporal normal, com índices de satisfação acima dos 95%%, outro detalhe é que o efeito é definitivo em 99% dos casos.

Um detalhe crucial e talvez mais importante que a própria cirurgia é compreender que os pacientes podem ter no pós-operatório um suor compensatório, porém na grande maioria dos casos ele é de leve intensidade seguindo os critérios de indicação. Este efeito colateral surgirá em 80% das vezes, só que em outra parte do corpo, normalmente aonde antes não suava ou suava muito pouco, podendo ser na região infra mamária, na região abdominal, nas costas, na pelve, na virilha, nas coxas e ou nas pernas. Na grande maioria dos casos desenvolve um umedecimento sem marcar a roupa que desaparece rapidamente, desencadeado durante atividades físicas ou durante momentos onde o calor seja intenso ou ainda momentos de tensão emocional, no entanto ele não interfere no alto grau de satisfação e qualidade de vida que o tratamento providenciou, caracterizando uma hiperidrose compensatória leve.

O grande segredo deste tratamento é descobrir aqueles pacientes que poderão ter um suor compensatório intenso, porque esta complicação está associada a um alto nível de arrependimento e desconforto. O paciente com este sintoma apresenta um suor intolerável, que necessita trocar de roupa várias vezes ao dia, interferindo nas suas atividades corriqueiras e ou profissionais com graves consequências na sua qualidade de vida.

Para evitar operar aqueles que possam ter uma grande chance de apresentar este efeito colateral é necessário responder, em todas as consultas que antecedem a um tratamento por bloqueio simpático vídeo toracoscópico, uma simples pergunta: Será que o suor compensatório vai incomodar mais que o meu primário?

Hoje após 3 décadas de profundo estudo sobre este procedimento e seus efeitos é possível estimar quais pacientes terão maior chance de desenvolver hiperidrose compensatória intensa, analisando principalmente dois itens: qual a técnica que será empregada e qual o índice de massa corporal.

A técnica baseia-se em escolher um único gânglio do nervo simpático torácico e o mais baixo possível em relação ao sistema nervoso central, pois foi comprovado que os níveis mais altos garantem um suor intenso compensatório em comparação aos mais baixos. O outro item, também de máxima importância é não indicar este tratamento em pacientes com excesso de peso. O índice de massa corpórea acima do normal corrobora para um aumento do suor nas áreas aonde o suor reflexo incide no pós-operatório e com isso as chances de vir a ter uma complicação aumentam. Cada caso é avaliado muito particularmente, decidindo qual tratamento deve ser indicado e qual o momento oportuno para indicar a cirurgia.

A Clínica Tóracopulmonar especializada em cirurgias por Videotoracoscopia investe na melhora do bem estar físico e emocional dos pacientes com hiperidrose, procurando oferecer uma solução segura e permanente para que seus pacientes tenham plena satisfação com os resultados obtidos. Para isso participa de cursos e pós-graduações sequenciais para oportunizar para Jaraguá do Sul e demais cidades da região um serviço de cirurgia torácica com qualidade mundial. Além dos cursos recentes em vídeo cirurgia torácica avançada em Quebec (2016), em Shanghai (2017) e nos Estados Unidos (2017), no final do ano de 2009 eu e um grupo de cirurgiões torácicos sul brasileiros publicamos um trabalho nos Anais de cirurgia torácica dos Estados Unidos, uma revista altamente conceituada quando se fala em ciência médica cirúrgica mundial, e em 2011 este trabalho foi defendido com sucesso por mim como tese de mestrado. Este trabalho fala da comparação entre duas técnicas para o tratamento da hiperidrose axilar, as cirurgias aconteceram em Curitiba e os resultados são aplicados em todos os lugares.

Segue um link para aqueles que quiserem vê-lo na integra: http://www.biblioteca.pucpr.br/tede/tde_arquivos/16/TDE-2012-08-30T163818Z-2030/Publico/Giovani%20Mezzalira.pdf


Confira o vídeo da cirurgia de Simpatectomia por videotoracoscopia:

Cirurgia para hiperidrose - Simpatectomia 

Clique aqui para baixar: Arquivo

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